Preocupações Ambientais
Em 1854 o grande Chefe dos Suquamish, mais conhecido por "Chefe Seattle", escreveu uma carta ao grande Chefe Branco de Washington, quando este quis comprar as suas terras e expulsar as tribos indígenas para 'Reservas' longe dos lugares que sempre amaram e respeitaram. A carta escrita por um Pele Vermelha, foi a mais bela Declaração sobre o meio ambiente (www.novaera-alvorecer.net/mensagem_seattle.htm).
Em 1978 o escritor português Júlio Roberto respondeu ao Chefe Seatle, corroborando algumas das suas previsões (https://quefuturoparaoplaneta.blogspot.pt).
Em 2013 os formandos do Curso “Técnico de Informação, Documentação e Comunicação- EFA Nível Secundário” aceitaram o desafio e apresentaram as suas preocupações sobre o Mundo Atual… Ficam aqui os registos!
Caríssimo chefe Seattle:
Passados estes anos, a nossa riqueza ainda mais mudou… Se estivesses aqui não reconhecerias o mesmo planeta em que vivemos. Sabes, até eu me sinto assustada, porque a beleza do que é belo, singelo, genuíno, deixou de existir.
São quase nenhuns os recantos que ainda resistem, onde consigo ouvir a força natural das águas a correr nos rios, onde consigo ver espaços verdes cheios de árvores e natureza viva, onde, enquanto caminho e conheço o que desconheço, sinto a brisa que corre e bate no meu rosto. Respiro pureza e liberdade.
Os mares já não são os mesmos, não têm a mesma beleza, estão ainda mais poluídos, mas têm cada vez mais força enquanto calados se apoderam da nossa terra e nos engolem silenciosamente.
O oxigénio que respiro é a gasolina dos carros, das motas, dos autocarros, do fumo do cigarro. O som do qual me dou conta é de toda a circulação na estrada, das pessoas a falarem em tom ensurdecedor que não deixa ninguém indiferente. Já não existe o silêncio agradável e apaziguador de outrora.
Tu usufruías da natureza, nós nem tempo temos, para isso. Temos tudo e nada temos.
Sabes, nós, nem precisámos de nos deslocar para ter comida, existem pessoas para tudo e as que inclusivamente nos levam a comida a casa. Temos transportes de todo o tipo que nos levam a dar a volta ao mundo em muito pouco tempo.
Tu vivias sem dinheiro, nós precisámos de dinheiro para tudo.
E sabes como fazemos? Trabalhando noutros trabalhos que tu nem imaginas que existem.
E com esse dinheiro, alimentámos as nossas famílias. Contudo, o que acontece cada vez mais neste momento, é que tanto se fez e tanto dinheiro se gastou, que uma grande parte de nós está a deixar de ter dinheiro para dar de comer aos que nos pertencem e nos são mais próximos.
Uns passam fome, outros roubam para comer, outros suicidam-se porque não aguentam a pressão das dívidas que contraíram, sentem-se frustrados e magoados interrogando-se noite e dia de como podem dar a volta à situação em que se encontram, como podem voltar a ter a vida que tinham com as suas famílias. E outros, (como tu previas!), voltam às terras e recomeçam a dar valor ao que tu sempre valorizaste, o amor e o respeito que tinhas pela terra.
Agora estes outros, que a meu ver são sortudos, cultivam a sua própria terra, e criam os seus animais, de modo a poderem sobreviver.
Sabes, eu tento não ter medo, porque também tenho uma família, mas, mais do que assistir, sinto que caminhámos para um beco sem saída, porque eu sou da opinião que tudo tem um início e tudo tem um fim. Mas é triste, é triste interrogar-me se os meus filhos viverão e terão futuro.
Ao mesmo tempo, existe outra realidade, um pequeno lado de mim, que se interroga, porquê tanta fome? Tanta maldade? Tanta falta de trabalho? Tanta pobreza de espírito? Porquê que uns sofrem e outros continuam a desenvolver o mundo, a tecnologia, a cura para as doenças que tantas agora existem, como se vivessem num mundo à parte do nosso?
Vou contar-te ainda mais isto, quando tu davas valor à terra, andavas descalço, caminhavas por trilhos estreitos e infindáveis, comunicavas com a natureza e vivias feliz.
Hoje andámos calçados, com os mais variados modelos e formas de calçado, caminhamos por ruas cheias de casas, prédios e arranha-céus e não vivemos sem uma máquina que se chama telemóvel.
Sabes, até com ele dormimos. Através dele conseguimos comunicar com toda a gente e para qualquer parte do mundo. Mais do que esta máquina, existem outras, como os computadores, cada vez mais finos e mais pequenos, que possuem internet, invenção muito útil e destruidora, conseguimos conhecer o mundo inteiro, mas só o vemos, não sentimos, não cheirámos, e explorámos, como tu, no teu tempo, podias fazer.
Esta internet está a provocar, (o que eu também não gosto, mas sinto e vejo), individualidade entre todos nós. Somos cerca de seis bilhões de pessoas e todas nós, sem volta a dar, vivemos e estamos cada vez mais centrados na nossa individualidade.
Tu, sorrias ao ar livre para a natureza, para os animais, para a beleza e prazer do que te rodeava.
Nós, rimo-nos sozinhos, falámos sozinhos, sentimo-nos completos sozinhos em frente a uma máquina!
Consideras estas atitudes e mudanças normais?!
É estranho, pois é?
E tu, pensas… Como é que é possível termos as mesmas sensações, nós e tu, em dois espaços incomparavelmente diferentes?
Vivemos em 6 bilhões de planetas… Fiz-me entender?!
Liliana de Sá Rodrigues
Caro Júlio Roberto,
Após ter tomado conhecimento da tua carta ao chefe Seattle, assim como da inicial, não posso deixar de te informar sobre a realidade atual.
Felizmente o chefe Seattle já não se encontra entre nós pois iria ficar muito triste com esta nova realidade.
Vivo no ano 2013, numa cidade de dimensão média, mas com pleno conhecimento daquilo que acontece nas cidades grandes, ditas desenvolvidas. Sim, porque hoje é fácil sabermos tudo sobre todos, em tempo real, através de uma tecnologia denominada internet.
De facto, as florestas estão a desaparecer, as espécies animais entram em extinção e, embora algumas pessoas se preocupem e tentem protegê-las, para o comum mortal isto não tem importância nenhuma.
Os rios estão tão poluídos que assumem várias cores, conforme o produto que está a ser produzido na fábrica mais próxima; não é importante porque existe água em garrafas com sabores agradáveis e grandes piscinas com água cristalina e saturada de uma substância denominada cloro, ótima para desenvolver doenças.
Como dizes, já não se podem contemplar as estrelas porque o ar é tão denso que não nos permite vê-las. Está de tal maneira saturado com gases, fumos e outras substâncias que, grande parte das crianças sofre de doenças respiratórias graves.
Não podemos olhar para o sol, nem tão pouco expor-nos ao mesmo, pois o homem destruiu o filtro solar. Para ir à praia cobrimo-nos com um creme branco e temos que respeitar as horas de sol. Sabes, o sol provoca uma doença temível chamada cancro que é incurável. É verdade, com toda a sua inteligência, o homem desenvolveu a cura para muitas doenças, aumentou consideravelmente a duração média de vida mas continua a desenvolver também as próprias doenças.
Dizias ao chefe Seattle que os frutos eram grandes, calibrados e fertilizados. Agora faz-se a clonagem de frutos e legumes, dando-lhes sabores e cores agradáveis mas são de baixo valor nutritivo. Eu, que nasci em 1962, tenho saudades do sabor dos frutos que colhia das árvores e comia com a casca. Hoje é possível manter áreas de cultura controladas mecanicamente que injetam hormonas e outras substâncias fazendo com que frutos e legumes cresçam em apenas alguns dias.
Atualmente compramos tudo em lojas enormes, chamadas hipermercados, onde existem todo o género de bens, desde os alimentos aos grandes eletrodomésticos, tudo muito arrumadinho e embalado em plástico. Todos os dias consumimos esses produtos, retiramos o plástico e colocamos no lixo. Imagina tu que plástico demora centenas de anos a ser decomposto pela natureza.
Alguma vez imaginaste ir no carro ou na rua a falar com outras pessoas que se encontram a quilómetros de distância? Hoje isso é possível! Inventamos o telemóvel, uma espécie de telefone mas sem fios que transportamos para todo o lado, mas que usa ondas de frequência que podem ser prejudiciais para a nossa saúde e para o ambiente.
A maior invenção foi, no entanto, a internet que, aliada ao computador permite-nos fazer compras, movimentar valores, fazer jogos interativos, comunicar em tempo real visualizando a outra pessoa, fazer amizades, manter relações amorosas, pesquisar todos os temas que se possam imaginar… Tudo isto pode ser feito na comodidade da nossa sala ou escritório.
As vantagens destas tecnologias são imensas, principalmente a nível da medicina, um verdadeiro mundo paralelo mas… quando é que as pessoas convivem? Quase nunca, vivemos numa sociedade cada vez mais isolada em que os pais trabalham todo o dia e têm que estar em constante formação para acompanharem o progresso. As crianças não brincam na terra, não convivem com animais... São deixadas na escola ao início do dia e “recolhidas” já tarde, quando esta está quase a fechar.
Em casa, cada um fica no seu mundo em frente ao computador. Desta forma o conceito de “família” e convivência tendem a desaparecer.
O grande chefe Seattle disse, tu confirmaste, “morrerão afogados nos vossos próprios resíduos” e eu acrescento “sozinhos, vivendo cada um para si, sem tempo para ver o que se passa à nossa volta.”
Júlia Machado
Caro Amigo Seattle
Em resposta a tua carta escrita em 1854, pude analisar tudo o que escreveste. Sou uma mulher do século XXI e vivo num mundo como tu já previste, um mundo totalmente revirado, com conflitos sociais, políticos e uma crise de valores com pessoas ligadas somente a bens materiais e ao dinheiro, onde os que reinam são pessoas de classe alta e os pobres trabalham, trabalham (…) e nada conquistam. O nosso meio ambiente está constantemente a ser poluído, devido ao que produzimos, temos fábricas topo de gama, hoje inventamos e criamos diversas coisas, nem imaginas.... Já deves ter ouvido falar das novas tecnologias, desde que inventaram o computador, os telemóveis e outros aparelhos milagrosos que não paramos… O homem é um ser que quanto mais descobre, produz e transforma, mais necessidade tem de reinventar. Sabes amigo, hoje a nossa produção e as nossas empresas são ligadas às novas tecnologias, temos máquinas que trabalham no lugar do homem e para se candidatar a qualquer emprego exigem-se conhecimentos informáticos e muito mais… A vida desde então não tem parado, todos os dias arregaço as mangas para ter o que fazer e ter um meio para sustentar minha família, e não tem sido fácil…
Como posso ouvir o sussurrar do vento, a discussão de rãs nos charcos, se quando me preparo para descansar do trabalho árduo, tenho a minha família que precisa de mim, tenho tarefas que me prendem, tenho que pensar no amanhã, e preparar-me para mais um dia de trabalho. Aliás, já existem poucos charcos e as rãs deixaram de cantar…
Realmente, é como tu dizes: é mesmo provável que as flores e as árvores murchem, porque acredito que são poucas as pessoas que tem tempo para as cuidar, os pássaros até cantam, mas o tempo que teria para parar e ouvi-los seria pouco. As preocupações no mundo atual são muitas e se não dedicar-me ao trabalho, sem dinheiro não poderei viver as maravilhas que viveste em tuas savanas… Sabes, hoje o dinheiro é mais importante que a própria vida!
As águias de que tanto falas, hoje são animais que estão e permanecerão em vias de extinção, já não temos essa liberdade de estar perto de um animal como estiveste. Imagina tu que temos imensos animais presos em jaulas, e até temos jardins zoológicos, onde para os ver é preciso pagar.
Quem me dera que tudo isto fosse diferente, que as nossas cidades fossem cuidadas, menos poluídas,houvesse liberdade para os animais, e como tu disseste, as flores perfumadas puderem ser nossas irmãs.
Sabes, pelo que vejo, as nossas cidades, terão tendência a ser desta forma, não conseguiremos ser diferentes ao ponto de sermos como tu és, dedicado à natureza… Este tipo de vida que levamos com tanta agitação é o que nos leva a sermos mais ambiciosos, e a não termos tempo para usufruir de tudo o que nos rodeia. E para terminar, cito uma frase que referiste na carta, que me fez e acrescento que sei, sem sombra de dúvida, que se continuarmos neste ritmo de vida, um dia “morreremos afogados nos nossos próprios resíduos” e de nada valerá o dinheiro.
Akima Dias
Li hoje, pela primeira vez a tua carta, escrita em 1854, vivo em 2013. O nosso mundo, mudou muito, desde então, e não foi para melhor.
Ganhamos mais tempo de vida, hoje chegamos a viver até aos cem anos, mas amigo chefe, pagamos um preço tão alto por esses anos suplementares!
Não te falo sequer da natureza, dos animais, das flores, das árvores e dos rios que tanto amavas e respeitavas, como previste, existem apenas para nos “servirem”.
Descobrimos coisas novas e fantásticas; o computador. Com ele modificamos o mundo e o homem. O computador veio substituir o Trabalho, a Natureza, o Convívio, pudemos fazer tudo isto (trabalhar, espreitar a natureza, conviver, etc.) sozinho com o nosso computador.
Portanto, caro Chefe, o computador trouxe-nos, desemprego, desrespeito e desprezo pela natureza, e solidão.
Como a tecnologia que desenvolvemos, tornamo-nos mecânicos, individualistas, materialistas e irresponsáveis. Mais do que nunca, achamos que somos donos do mundo e que tudo o resto existe para nos completar.
Se voltasses hoje verias que apenas resta Pó das tuas belas pradarias.
Ana Fernandes
Caro Júlio Roberto
Li a tua carta e a carta do chefe Seattle. Hoje, em pleno séc. XXI, no ano de 2013, o mundo está putrefacto, pior do que alguma vez imaginaste. Não colhemos os produtos da terra, vamos ao hipermercado comprá-los. A ciência consegue fabricá-los geneticamente e até modificamos os animais. Com isto a nossa alimentação não tem a qualidade que ainda existia no teu tempo.
Criámos energia a partir do vento, do sol, do mar, mas mesmo assim não exploramos, de forma eficiente estes recursos, apenas pela nossa pura ganância. O ar não é respirável, o sol queima, o gelo dos polos derrete e o mar invade a terra.
O Homem não tem tempo para nada, preocupa-se com o desnecessário, coisas fúteis e materiais. Está cada vez mais só e ao mesmo tempo, mais perto. Vivem em grandes aglomerados e não conhecem o vizinho. Têm a internet e as redes sociais, mas deixaram de saber exprimir os seus sentimentos e nem se levantam do sofá.
O Homem já vive no espaço sideral, mas ainda assim, o mundo tem os dias contados!
Citando o famoso escritor Ernest Hemingway: “O mundo é um bom lugar e vale a pena lutar por ele”, e nós concordamos com a segunda parte.
Eduardo Santos e Tiago Bravo
Li a sua carta, caro amigo Júlio Roberto, escrita em 1978.
Concordo consigo que em 2013 a decadência está cada vez maior, não só não se ouve o sussurrar do vento nas árvores, muito menos o chilrear dos pássaros.
Vivemos todos pendurados em prédios, os nossos alimentos estão todos dispostos numa grande superfície comercial, que já nem se sabe de onde vêm, nem os conhecemos como eles são antes de chegar às estantes.
As preocupações de hoje do homem resumem-se a ter um bom carro, uma boa casa, etc. Tenta-se a todo o custo transformar os alimentos, sem quase ser necessário recorrer à terra.
O mar, o sol, o vento, a chuva, já não são os mesmos, nem têm os mesmos encantos que um dia tiveram, muitos de nós passamos os dias isolados, trancados dentro de quatro paredes sem dar importância às pequenas grandes coisas que a mãe natureza nos tem para oferecer.
Temos amigos, muitos amigos, mas agora são designados ”amigos virtuais”, passamos horas a falar com eles mas jamais os vimos pessoalmente.
Somos chamados a “Era Virtual”, estamos ligados por computadores, IPODE’s, IPHONE’s,.. estamos aprisionados na designada rede móvel “internet”.
Todos se falam mas ninguém se conhece, estamos todos à distância de um clic. Andamos todos na correria do dinheiro, o homem não se interessa se tem de matar ou roubar o outro para conquistar o seu bem estar.
Em suma, o homem tem destruído a terra para satisfazer o seu próprio capricho e esquece-se que ele é uma simples passagem por este planeta.
Fernando de Araújo
Caro Júlio Roberto,
Após ter lido a tua carta de 1978 sobre o ambiente e o mundo em mudança, não posso deixar passar esta oportunidade, e informar-te de como tudo tem evoluído.
Estamos no ano de 2013, muitas coisas foram evoluindo ao longo dos anos, sabes, hoje em dia já temos o telemóvel, um pequeno aparelho que veio revolucionar completamente as nossas vidas. Permite-nos contactar com outras pessoas e mesmo livrar-nos de situações complicadas, devido a estarmos sempre contactáveis em qualquer parte do mundo. Claro que também possui desvantagens, é um aparelho perigoso, emite radiações muito fortes, prejudica o desenvolvimento intelectual das crianças e depois de velho e usado, se o deitarmos fora é muito mau para o ambiente, porque contém peças nocivas, que poluem e prejudicam o meio ambiente.
Além disso já temos o computador e a internet, que nos permite ter a informação atualizada a toda a hora, falar e ver as pessoas a longas distâncias. Sabes, a internet é o meio de comunicação mais usado nos dias de hoje, a maior parte das pessoas já não vai fazer as suas compras aos mercados, mas através da internet no aconchego da sua casa, por vezes até mais baratas. Pagar uma fatura já não é um problema, pois já não precisamos ir ao correio, basta um computador com ligação à internet e, quer seja de casa ou do nosso local de trabalho, já podemos efetuar o pagamento… tudo para facilitar a vida às pessoas, visto estas terem cada vez menos tempo disponível. A maior parte das crianças aprendem a ler e a escrever primeiro no computador e só depois no papel. Cada vez mais as pessoas evitam a escrita a mão.
No entanto, a comunicação face a face, é cada vez menos, as pessoas vivem mais isoladas apesar de tantas novas tecnologias. As famílias, já não comunicam como antigamente, o convívio já não é o que era. As lendas e as histórias que os nossos avós nos contavam durante os serões passados em família no cantinho da lareira, já não existem. Os serões hoje em dia são cada um no seu quarto, tendo por companhia o seu computador, essa máquina que nos permite jogar qualquer jogo, ver um filme, ouvir música ou falar com os amigos através de um chat.
Cada ano que passa, existem menos árvores nas nossas florestas. Sabes porquê, meu caro Júlio, porque todos os anos os fogos destroem hectares e hectares de floresta, a maior parte das vezes fogos postos por aqueles que dizem que temos de proteger a nossa natureza e o nosso meio ambiente.
As nossas aldeias estão cada vez mais pobres e abandonadas, o cultivo natural das terras é cada vez menor. Os nossos rios e lagos estão cada vez mais poluídos, são descargas e descargas de matérias poluentes por parte das empresas. O nosso céu, aquele que geralmente as pessoas gostam de olhar e comtemplar em noites de luar, está cada vez mais cinzento, o ar que respiramos está cada vez mais poluído pois as fumaças que os carros soltam e as das indústrias só aumentam a poluição.
Lembras-te das nossas fontes de água cristalina? Hoje a maior parte delas ou estão abandonadas por matas e entulhos ou a água está poluída e já não serve para beber. O aquecimento global é um dos fatores mais preocupantes dos nossos dias, por causa das fortes camadas de azoto, poluição atmosférica, entre outros mais. Estes gases resultam não só da atividade industrial propriamente dita, como também das alterações nos tipos de combustíveis utilizados para os transportes e a produção de energia.
Todos nós deveríamos preservar o meio ambiente em que vivemos para que as próximas gerações desfrutassem da maravilhosa beleza que é a mãe natureza. Porém, meu caro Júlio, vivemos num mundo de globalização e o nosso meio ambiente está cada vez mais poluído pelas mãos daquele que o deveria proteger “O Homem”.
Isalina Fernandes
Em resposta às cartas sobre o Meio Ambiente
Amigo pele vermelha “chefe Seattle” e amigo Júlio Roberto, lemos as vossas cartas escritas de 1954 e 1878.
Somos duas jovens, que vivem no séc. XXI. O mundo continua desde a vossa existência, porém, agora bem diferente. Atualmente não compreendemos as vossas queixas, pois não conhecemos um mundo dessa forma. Vivemos num mundo das novas tecnologias, o mundo das máquinas (as nossas crianças são chamadas “nativas digitais” e nós os “imigrantes digitais”). Sabiam que atualmente fazemos compras sem sair de casa, roupa, comida, tudo isto, através de uma máquina que se chama computador, ligada á internet!? Esta tecnologia permite-nos falar, ver pessoas à distância e em tempo real, através de uma câmara, conhecer cidades, países, aceder a contas bancárias, tudo o que vocês possam imaginar.
O homem de hoje não vive sem uma máquina que se chama telemóvel para se poder contactar com pessoas em qualquer parte do mundo, temos praias artificiais, sol e vento fictício (solários) para as pessoas se bronzearem. A nossa esperança de vida aumentou, implantamos órgãos, fazemos fertilização invitro, descobrimos curas de doenças graves que existiam antigamente, temos medicação para tudo, entre outros.
Sabiam também que nós “andamos” na lua?! E até fazemos turismo. Enfim, no mundo de hoje nada é impossível.
Por outro lado, temos pena de acordar com a poluição sonora dos automóveis, em vez de pássaros como na altura do “Chefe Seattle”. Continuamos a viver a correr, como já dizia Júlio Roberto, onde o tempo é escasso, não convivemos uns com os outros e em vez disso isolamo-nos no mundo das tecnologias. O homem de hoje é ambicioso, vive para ter e ser, em vez de saborear e preservar a vida, tirando melhor partido da NATUREZA e do CONVIVIO entre seres humanos. Afinal de contas tudo o que existe em nós existe também na natureza, pois fazemos parte dela.
Paula Rocha e Sara Bastos